Inácio de Loyola Brandão fez parte de minhas leituras da adolescência, adorei ler “Bebel que a cidade comeu”, “Não verás país nenhum” e “Zero”.
Loyola começou como jornalista, foi crítico de cinema, trabalhou em várias revistas, é cronista hoje do jornal “O Estado de São Paulo” e escreveu diversos romances.
Quando jovem, morava em Araraquara e gostava de ir ao cinema, era apaixonado pelos filmes da Vera Cruz. Para poder ir ao cinema todos os dias, almejava ter uma credencial de crítico de cinema, fornecido por um jornal local. Foi conversar com o dono do jornal, começou a escrever críticas de filme e conquistou o lugar de crítico, obtendo sua credencial que lhe dava direito a ir ao cinema de graça quando quisesse.
Tornou-se cedo observador do cotidiano, dos personagens que o rodeava, da cidade (primeiro Araraquara e depois São Paulo), sempre anotando o que encontrava numa caderneta de bolso, que até hoje sempre carrega. Ele diz que ele não precisa criar histórias, elas vão ao seu encontro, seu mérito é sempre estar atento a elas.
Hoje já é paulistano, para ele São Paulo é uma cidade complicada, barulhenta, mas é uma cidade que tem poesia. É essa poesia que encontramos nas suas crônicas e nos seus 44 livros publicados.