A Cosac Naify lançou em 2007 a Coleção “Mulheres Modernistas”, com traduções das seguintes autoras: Karen Blixen, Virginia Woolf, Marguerite Duras, Gertrude Stein, Natalia Ginzburg, Katherine Mansfield e Flannery O?Connor. A Coleção toda é muito bem cuidada, desde a seleção dos títulos até as ilustrações das capas.
Um dos títulos que mais gosto é “Léxico Familiar” da escritora italiana Natalia Ginszbug (1916 – 1991). A autora publicou esse livro em 1963, e conta as histórias que viveu com sua família, principalmente no período do fascismo italiano.
Sua escrita é intensamente sóbria, não há sobressaltos, mesmo quando narra momentos difíceis que ocorreram com seu irmão, marido e pai durante esse período.
Natália Ginzburg em vários momentos relembra o léxico criado pelo pai e pela mãe com expressões nascidas nas mais diversas circunstâncias e que passam a constituir uma forma particular de comunicação através das quais toda a família se identifica.
A autora diz: “só escrevo o que recordava. Por isso, quem pretende ler esse livro como se fosse uma crônica, encontrará grandes lacunas. É que este livro, ainda que tenha sido extraído da realidade, deve se ler como um romance”.